Descrição

A automedicação é considerada uma prática que representa um risco para a saúde, quando realizada sem uma adequada orientação ou acompanhamento por profissional da saúde. Estudos evidenciaram que a pandemia de COVID-19 intensificou essa prática. Para tanto, desenvolveu-se esta pesquisa com o objetivo de de discutir sobre a automedicação no período da pandemia de COVID-19. Realizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que resultou na seleção de 11 artigos científicos completos, publicados em português, recuperados nas bases de dados indexadas Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed e Google Acadêmico no período de 2019 a 2022, com base na combinação dos descritores “automedicação”, “pandemia” e “COVID-19”. Os resultados da RIL deram ênfase na substância hidroxicloroquina (HCQ), que não possui comprovação científica sobre a prevenção e tratamento da doença, HCQ apresenta reações, adversas graves podendo, inclusive, levar a óbito. De maneira geral, os autores concordaram com os riscos da automedicação e alertaram para riscos de intoxicação, desenvolvimento de outras patologias e até mesmo dependência química. Fatores como o medo da contaminação pelo novo coronavírus, o isolamento social, as experiências anteriores e/ou receituários antigos, o desconhecimento científico sobre o tratamento e consequências da doença, e ainda o posicionamento do governo brasileiro a favor, implicaram na automedicação no contexto da pandemia de COVID-19. Os resultados encontrados refletem a percepção do profissional farmacêutico. Nesse sentido, ressaltou-se a importância do envolvimento do profissional de enfermagem na orientação sobre os cuidados e os riscos da automedicação e da produção científica sobre a percepção do profissional de enfermagem. Além disso, discutiu-se a importância da educação em saúde como estratégia de promoção da saúde e, consequentemente combate às fake news, valorização da ciência, do sistema de saúde e do profissional de enfermagem.