Descrição

Os maus-tratos infantis representam uma séria questão social e podem ser categorizados em diferentes formas, como abuso físico, emocional, sexual e negligência. Os sinais físicos de abuso geralmente são encontrados na cavidade oral e na região da cabeça e pescoço, que são áreas de atuação dos cirurgiões-dentistas. Este estudo tem como objetivo descrever as manifestações orofaciais dos diversos tipos de maus-tratos na infância. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, com pesquisa nas bases de dados Medline, PubMed, Lilacs e Google Acadêmico, utilizando os descritores em Ciências da Saúde “abuso sexual infantil”, “diagnóstico clínico”, “odontologia”. Os critérios de inclusão foram: artigos
publicados em língua portuguesa e inglesa, publicados dentro do cronograma estabelecido entre 2014 e 2024 e disponíveis na íntegra de forma gratuita. Excluiu-se os artigos indisponíveis na íntegra e com acesso pago. Foram obtidos 57 artigos, tendo sido selecionados 29 artigos para compor este estudo. As principais manifestações físicas de abuso infantil relatadas na literatura são marcas de mordida, fraturas dentárias, lacerações nos tecidos duros e moles, além de hematomas em diferentes estágios de cicatrização. É preocupante constatar que muitos cirurgiões-dentistas não são capacitados a identificar casos de violência infantil. A atuação correta desses profissionais é crucial para proteger a criança, incluindo a obrigação de relatar casos suspeitos às autoridades competentes, como
o Conselho Tutelar ou o Juizado da Infância e Juventude. É de enorme importância que os cirurgiões-dentistas reconheçam os sinais e lesões associados aos maus-tratos infantis, garantindo assim o cumprimento de suas responsabilidades éticas e legais.